A UNESCO define analfabeto funcional como toda pessoa que sabe escrever
seu próprio nome, assim como lê e escreve frases
simples, efetua cálculos básicos,
porém é incapaz de interpretar o que lê
e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas,
impossibilitando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ou seja, o
analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das
palavras, colocar idéias no papel por meio da escrita, nem
fazer operações matemáticas mais
elaboradas.
No Brasil, o índice de analfabetismo funcional é
medido entre as pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro
anos de estudo formal. O conceito, porém, varia de acordo com o país .
Na Polônia e no Canadá, por exemplo, é considerado analfabeto funcional a
pessoa que possui menos de 8 anos de escolaridade.
Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960
milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de 1/3 dos adultos do
mundo não têm acesso ao conhecimento impresso e às novas tecnologias
que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a adaptar-se
às mudanças sociais e culturais.
De acordo com esta declaração, o analfabetismo
funcional é um problema significativo em todos os
países industrializados e em desenvolvimento. No Brasil, 75% das pessoas
entre 15 e 64 anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente.
Esse número inclui os 68% considerados analfabetos funcionais e os 7%
considerados analfabetos absolutos, sem qualquer habilidade de leitura
ou escrita. Apenas 1 entre 4 brasileiros
consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar
aprendendo.
Mas como resolver essa situação? Como baixar esses
números alarmantes? Sem dúvida nenhuma que a
educação é o caminho. Alfabetizar mais crianças com melhor qualidade. Essa é a questão: qualidade e não quantidade.
Infelizmente, hoje vemos que o Brasil optou pela quantidade a qualquer
custo. E o resultado disso é a enorme quantidade de analfabetos
funcionais com diploma. O nosso país deveria se esforçar em alfabetizar
com qualidade. Não é aumentando para 9 anos o Ensino Fundamental que a
qualidade do ensino irá melhorar.
Também não é ampliando o horário escolar que
teremos o problema resolvido. Se os alunos não forem incentivados à
leitura, a atividades que trabalhem com inteligência, pensamento lógico e
capacidade de relacionar temas diferentes, nenhum
esforço do governo será válido.
Também não devemos nos esquecer dos professores. Melhoria nos cursos de
formação dos docentes,
remuneração adequada, capacitação continuada, etc. Dá trabalho, é
verdade, mas o investimento na qualidade da educação é a única forma
capaz de reverter esse quadro educacional brasileiro tão triste!!
Referência: INAF – Indicador de Analfabetismo Funcional
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