Alguns dados estatísticos ajudam a nos explicar por que o nosso país padece desse mal. Um deles foi exposto na abertura do Seminário Internacional sobre Política Públicas do Livro e Regulação de Preço (realizado em Brasília) pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, quando ele disse que o Brasil não dá a importância necessária à leitura e que é uma vergonha o nosso índice de livros per capita ser de apenas 1,7 por ano.
O ministro defende que seja feita uma campanha de estímulo à leitura semelhante à contra a paralisia infantil. É por aí. Afinal, o índice de leitura brasileiro ser menor que o de países vizinhos mais pobres que o nosso é um “alerta vermelho” que soa há muito tempo, mas que nossas autoridades vêm ignorando.
O resultado dessa negligência vemos todos os dias na internet, em que a maioria dos assuntos mais comentados são impulsionados justamente pela falta de leitura acerca do que é discutido ou pela má interpretação de textos, de dados, de gráficos etc.
Enfim, o fato é que o Brasil nunca será uma “pátria educadora” se a leitura continuar sendo tratada como “disciplina de segunda classe”nos currículos escolares.
Outro fato: todos nós precisamos de uma educação de qualidade. Nós e eles, os “dimenor”. Todos. Sem exceção.
Esse “papo” de educação e estímulo à leitura desde a infância não vai resolver todos os nosso males, claro, mas a mudança passa por eles. Meu desejo é que os nossos distintos representantes despertem e comecem desde já a construir um país educador e uma sociedade justa com raízes fincadas na razão às próximas gerações.
Otimismo demais? Sim, necessitamos de um pouco de otimismo nesses tempos em que os debates públicos andam tão tresloucados.
Fonte: Luiz Guilherme Melo é jornalista e formado em Letras (Língua e Literatura Portuguesa) pela Universidade Federal do Amazonas
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