Sem sombra de dúvida, principalmente até determinada idade, os pais são os principais “construtores” da auto estima da criança. É através deles que a criança se vai vendo como capaz (ou incapaz), como competente (ou incompetente), como importante ( ou como alguém sem importância).
No entanto, a partir de determinada idade (por volta dos 5-6 anos) os pares e os outros adultos de referência à sua volta começam a ter também um papel muito importante nessa construção...é aqui que entram os educadores, os professores, os treinadores dos vários desportos que a criança possa praticar e que passam, também eles, a ter um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, principalmente a nível da mediação do desenvolvimento e do incentivo à autonomia da criança.
Para ajudar a criança é fundamental que todos estes técnicos tenham a consciência da importância do seu papel…eles são realmente figuras que marcam…podendo marcar pela positiva…ou pela negativa….
Para marcarem pela positiva, é fundamental que estas importantes figuras de referência e de construção do EU da criança respeitem os estádios de desenvolvimento da criança sem ultrapassar etapas, considerando o ritmo e a necessidade de cada criança como ser individual.
Da mesma forma, é muito importante que valorizem e escutem a criança pois apenas dessa forma conseguem dar a sua contribuição para a sua auto estima e para o seu bem estar psíquico.
A criança precisa perceber que estas figuras de referência para si acreditam nela, a valorizam pois só assim é possível o desenvolvimento da autonomia e da confiança na criança.
Termino com uma excerto que achei fabuloso, retirado do livro “Crianças, Famílias e Creches, uma abordagem ecológica da adaptação do bebe a creche”, e que descreve na perfeição tudo o que atrás ressalto…
“ O educador, o professor, o treinador deve ser alguém que permite o desenvolvimento de relações de confiança e de prazer através da atenção, gestos, palavras e atitudes.
Deve ser alguém que estabeleça limites claros e seguros que permitam à criança sentir-se protegida de decisões e escolhas para as quais ela ainda não tem suficiente maturidade, mas que ao mesmo tempo permitam o desenvolvimento da autonomia e autoconfiança sempre que possível.
Deve ser alguém verbalmente estimulante, com capacidade de empatia e de expansividade, promovendo a linguagem da criança através de interacções recíprocas e o seu desenvolvimento sócio emocional”.
Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
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