terça-feira, 22 de julho de 2014

HÁ 369 ANOS IPOJUCA EXPULSA OS HOLANDESES DE SUAS TERRAS

 Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos tupis: o dos caetés.

A colonização europeia de Ipojuca teve início em 1560, após a escravização dos índios caetés. A partir daí, os colonos de origem europeia puderam ocupar as terras férteis e ricas em massapê de Ipojuca. As terras eram bastante propícias para o cultivo da cana-de-açúcar, o que causou um rápido surgimento de diversos engenhos na região. Entre os pioneiros, estavam as famílias Lacerda, Cavalcanti, Rolim e Moura.

 Os holandeses desembarcaram em 1630 em Pernambuco, ao norte de Olinda, em uma praia, hoje conhecida pelo nome de Pau Amarelo. Daí chegaram pelas margens do mar até Olinda, depois ao Recife.

Quando os holandeses invadiram Pernambuco, no século XVII, já havia diversos engenhos estabelecidos na região. Este local participou da resistência aos holandeses, sob a liderança do capitão-mor Amador de Araújo, em uma luta iniciada em 17 de julho de 1645. A derrota holandesa deu-se em 23 de julho de 1645.

Batalha dos Guararapes.

Dessa forma, Ipojuca consolidou-se como uma das mais importantes regiões do sistema colonial. Com dois portos - Suape e Porto de Galinhas - além da maior várzea de massapê do Nordeste, Ipojuca fazia parte do comércio colonial triangular. Porto de Galinhas ganhou esse nome porque era assim que eram comumente chamados os escravos chegados da África, naquele período.

O distrito de Ipojuca foi criado pela lei municipal 2, de 12 de novembro de 1895. A vila surgiu com sede na povoação de Nossa Senhora do Ó e, depois foi transferida para a povoação de São Miguel de Ipojuca.
Com o decreto estadual 23, de 4 de outubro de 1890, a sede foi restabelecida em Nossa Senhora do Ó. Há inúmeras controvérsias sobre a data de fundação de Ipojuca, mas, segundo um vigário da freguesia, seria no ano de 1596.

O nome do município é uma referência ao Rio Ipojuca, que banha seu território.


Amador de Araújo Pereira – Natural da Província do Minho/PT. Filho de Pedro Gonçalves, o Novo, e de D. Felipa de Araújo Pereira. Segundo Borges da Fonseca, Amador era parente próximo da Casa de Esquivo, de D. Miguel de Azevedo e de Luiz de Miranda Pereira, mantendo sempre contato com eles, como foi provador nas cartas conservadas pelos seus descendentes. Chegou a Pernambuco antes da invasão holandesa.Um dos primeiros Cabos de Guerra que participou da Restauração Pernambucana. Capitão-mor de Ipojuca, quando Fernandes Vieira em 1645 aclamou a liberdade. Pelos seus serviços foi nomeador por Governador de São Thomé, posto que não logrou por falecer antes de embarcar. 
 
Nota: Sobre Amador de Araújo os autores da história holandesa fazem honorífica memória.
 
Monograma representa a Geoctroyeerde West-Indische Compagnie
(Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais)
Curiosidades: mador de Araújo participou como representante de Ipojuca, em 27/08/1640, de uma Assembleia de conteúdo democrático, convocada pelo Conde Maurício de Nassau, que queria sentir a opinião de seus jurisdicionados, juntamente com outros proprietários de engenhos representando suas freguesias: Gaspar Dias Ferreira, a cidade Maurícia; Arnau de Holanda, S. Lourenço; João Fernandes Vieira, a Várzea; Manuel Paes, o Cabo; F. Fernandes Araújo, Serinhaém; Antonio Bulhões, Jaboatão; Fernão do Vale, Muribeca; Gonçalo Novo de Lira, Igarassú; Rui Vaz Pinto, Itamaracá; Antonio Pinto de Mendonça, a Paraíba e Francisco Rabelo, Porto Calvo.
 
Durante a ocupação holandesa ficou do lado dos invasores, mas depois se levantou contra aprisionando os neerlandeses da freguesia de Ipojuca (17/07/1645), pô-los a ferros e meteu-os no convento de S. Francisco. As hostilidades propriamente ditas começaram com o aprisionamento, pelos rebeldes, de Ipojuca, de dois barcos e seus passageiros que foram executados à exceção de um marinheiro, que teve a boa sorte de conseguir fugir. No dia 18, Amador de Araújo reuniu em torno de 400 homens, no seu engenho, e começou a fazer armazenamento e a se prover de armamento.
 
Em 21/07/1645 o Tenente holandês Jacob Flemmingh seguiu de Santo Antonio do Cabo (Cabo de Santo Agostinho) com 30 soldados e 12 de cavalo, para saber de Amador de Araújo o que queriam os revoltosos, porque tomaram armas, em nome de quem, e contra quem? Foi-lhe respondido que de si mesmos se puseram em armas contra os flamengos, sob cuja tirania o povo não mais queria viver. No mesmo dia chegou do Recife o Tenente-Coronel e Chefe da Milícia no Brasil, Hendrick van Hous, levando consigo 400 homens, a saber: 200 brancos e 200 indígenas; e em Santo Antônio do Cabo recebeu o reforço de 80 soldados e 22 paisanos montados.  Na manhã do dia 23, chegou ao eng. Tabatinga, posto avançado dos rebeldes, onde foram recebidos com muito fogo, os derrotando completamente. Os holandeses se puseram em retirada, e se esconderam na capela do engenho, onde degolaram o Pe. Sebastião Rodrigues, depois de rezada a missa, e um sapateiro. Quando os rebeldes os encontraram, alguns holandeses estavam vestidos de mulher. Em seguida, o capitão-mor Amador de Araújo e sua tropa marcharam até a Várzea, a fim de se juntar às forças deFernandes Vieira. Posteriormente, tomaram parte no combate de Tabocas.
 
Senhor do engenho Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca
Casamento 01, em Ipojuca: Maria da Costa de Luna, filha de Álvaro Gonçalves de Luna e de Isabel da Costa.
 
Filhos:
Maneol de Araújo de Miranda, Capitão na guerra contra os holandeses. Faleceu na segunda guerra dos Guararapes. Segundo marido D. Lourença Correia (casou 3 vezes), filha de Luís de Paiva Barbosa e de Isabel Correia. Irmã de João Correia Barbosa que foi Cavaleiro da Ordem de Cristo e Capitão-mor de Ipojuca. Com sucessão9
Bernardino de Araujo Pereira, Capitão de Cavalos de Ipojuca, patente de 12 /03/1666. Vereador em 1668. Irmão da Misericórdia de Olinda, termo assinado em 01/11/1664. C.c.  Úrsula Cavalcanti de Albuquerque, filha de Pedro Cavalcanti de Albuquerque, Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo e de Brásia Monteiro Bezerra. Com sucessão.
 
 
Fontes consultadas:
 
Broeck, 1651. Pg. 8-9, relatando eventos do ano de 1645
Genealogia Pernambucana. Disponível em: http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40848&dir=genxdir/. Acesso em 16/12/2013
MELLO, José Antônio Gonçalves de, A Economia Açucareira, I, 2.ª edição, Recife, 2004
SCHOTT, Willen. Inventário de Todos os Engenhos Situados entre o Rio das Jangadas e o Rio Una, em Pernambuco (1636)
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/pernambuco/ipojuca.pdf‎
revista do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco. Disponível em: http://www.archive.org/stream/revistadoinstit 72brasgoog/revistadoinstit72brasgoog_djvu.txt. Acesso em: 16/12/2013
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. 1925 e 1926.

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