quarta-feira, 2 de maio de 2012

IBOGA: A DROGA QUE CURA O VÍCIO


Reportagem de Fausto Salvadori, Revista GALILEU de setembro/2010


IBOGA, é o nome da planta que é extraída a ibogaína, uma substância psicodélica que faz sonhar por 12 horas e é cada vez mais usada contra a dependência química.

Boa parte dos cientistas torce o nariz diante da idéia de se usar uma fortíssima droga psicodélica para se tratar dependentes químicos. Porém, o crescimento do número de terapias bem-sucedidas e o início de novos estudos deram mais credibilidade à prática. Um deles começou em julho (2010), conduzido pela Associação Multidisciplinar para Pesquisa de Psicodélicos (MAPS, na sigla em inglês), de Santa Cruz, na Califórnia. De acordo com a entidade, trata-se da primeira pesquisa sobre os efeitos de longo prazo da ibogaína na luta contra o vício. O levantamento é feito em cima de usuários de heroína, tratados com a droga por uma clínica do México, a Pangea Biomedics. O interesse dos pesquisadores surgiu após estudos que mostram os benefícios da prática. “Há cada vez mais aceitação por parte da comunidade científica”, afirma Randolph Hencken, diretor de comunicação MAPS.

A ibogaína é proibida em alguns países, por ser uma substância ainda em fase de teste. A primeira pesquisa brasileira no assunto estava prevista para iniciar em 2011, sob orientação do psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifest). Ainda que os resultados sejam positivos, não há chance de cápsulas de ibogaína chegarem às farmácias tão cedo. “Sob estrita supervisão médica, a droga poderia se tornar um medicamento, mas custaria milhões de dólares em estudos e ainda não há investidores para tanto”, diz Hencken.

Ainda não se sabe ao certo como essa substância atua no combate à dependência, mas dezenas de pesquisas em animais e humanos indicam que age em dois níveis: tanto na química cerebral como na psicologia do dependente. Por um lado, a droga estimula a produção do hormônio GDNF, que promove a regeneração do tecido nervoso e estimula a criação de conexões neuronais. Isso permitiria reparar áreas do cérebro associadas à dependência, além de favorecer a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelas sensações de bem-estar e prazer. Isso explicaria o desaparecimento da fissura relatado pelos dependentes logo após sair de uma sessão.

Na outra frente, a ibogaína promoveria uma espécie de psicoterapia intensiva ao fazer o paciente enxergar imagens da própria vida enquanto a mente fica lúcida. Estas visões não seriam alucinações, como as imagens de uma viagem de LSD. É como sonhar de olhos abertos, o que ajudaria os dependentes a identificar fatores que os teriam empurrado para as drogas em determinado momento da vida. Estudos nos Estados Unidos apontaram que as ondas cerebrais de um paciente que tomou ibogaína têm o mesmo comportamento daquelas de alguém em REM (a fase do sono em que sonhamos). “O sonho renova a mente e, se no sono comum temos apenas cinco minutos de sonho a cada duas horas, na ibocaína são 12 horas de sonho intensivo”, aponta o gastroenterologista Bruno Daniel Rasmussen Chaves, que estuda o tema desde 1994 e participará da pesquisa da Unifest.

Estudiosos e pacientes avisam: a droga não é uma poção mágica. Para se livrar da dependência, Wladimir Kosiski (paciente) aliou o tratamento à psicoterapia e mudança drástica de hábitos. Voltou a trabalhar, a estudar e nunca mais pisou no local onde comprava crack. “A ibogaína retira a fissura, mas a pessoa pode continuar a usar droga mesmo sem vontade, como alguém que estraga o regime por gula, não por fome”, afirma. Gilberto Luiz Goffi da Costa, 44 anos (paciente) só conseguiu permanecer “limpo” após a terceira vez que se tratou, em 2008, quando aliou a substância a uma troca completa de atitudes, seguindo o método dos Narcóticos Anônimos.

3 comentários:

Cinara disse...

Olá, como posso entrar em contato com o Gilberto Luiz Goffi? Gostaria de conversar com ele sobre o tratamento com Iboga. Tenho um irmão que é usuário de crack, já se tratou várias vezes, porém, sempre acaba voltando...ele está na época de crise e quer se tratar de novo, gostaria de saber onde ele se tratou e o que me diz do tratamento. Por favor, entre em contato no cinara.regina@gmail.com....Obrigada

Cinara

Anônimo disse...

Fui usuário de crack e cocaina durante 13 anos passei por 11 internações ate que vi uma reportagem com ibogaína foi minha salvação nunca vi coisa igual não e atoa que na Africa ela e chamada de dedo de Deus se alguem realmente quiser parar de usar drogas estou a disposição para qualquer duvida 11_967228002 Lucas

Anônimo disse...

Fui usuário de crack e cocaina durante 13 anos passei por 11 internações ate que vi uma reportagem com ibogaína foi minha salvação nunca vi coisa igual não e atoa que na Africa ela e chamada de dedo de Deus se alguem real lente quiser parar de usar drogas estou a disposição para qualquer dúvida 11_967228002 Lucas santos sp

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