Não basta ter boa vontade e amor à projetos sociais das associações (terceiro setor), o investimento financeiro é fundamental (e talvez, principal) para o andamento dos projetos. Sabemos o quanto é difícil encontrar empresas interessadas em apoiar projetos sociais no Brasil. Infelizmente as empresas (segundo setor) não buscam conhecer os projetos que realmente se esforçam para dar certo. "A maioria das empresas têm um certo receio de apoiar projetos sociais, por medo ou por pura preocupação quando se fala em dinheiro...", diz Marcelo Francisco, Coordenador Pedagógico da ACSB; "...existem instituições sociais que não transmitem credibilidade e até desviam o financiamento para interesse próprio", completa Marcelo.
O que existe na verdade é a falta de divulgação dos órgãos competentes dos projetos que atuam nas cidades, ou seja, a prefeitura de uma cidade, por exemplo, poderia fazer um levantamento sobre as associações, ONG's e instituições comunitárias que estão funcionando e cadastrá-las nos Conselhos Municipais, conforme o público alvo de cada uma. Quando isso acontecesse, as empresas locais poderiam procurar nesses conselhos o "perfil" do projeto que estão procurando e depositar na Conta Corrente do Conselho, o valor que será destinado para determinado projeto. E ainda tinha o benefício de ser descontado no seu Imposto de Renda. No final, a empresa não gastará nada.
"Existem muitos motivos para que o patrocínio não apareça; além do já citado, algumas empresas mantém projetos sociais apenas para driblar e não ter a 'desculpa' de não apoiar outros projetos externos que venham a aparecer", diz o Diretor Presidente da ACSB, Roberto Chagas.
A ACSB vem tentando desenvolver ações e projetos que priorizem a educação, o esporte e a cultura, como forma do desenvolvimento da criança. A falta de interesse de alguns órgãos, faz com que muitos projetos não saiam do papel, dificultando a sua implantação e tirando da criança uma oportunidade de participar de ações que venham a serem úteis no seu crescimento. O Clube da Leitura e o Projeto Esportivo da ACSB, são utilizados como linguagem da criança, onde facilita o contato e a visão educacional voltada para determinada faixa etária. "Não se pode mais conferir ao poder público o papel social e educacional; as instituições sociais podem ser parceiras na construção, desenvolvimento e aprimoramento de ações que beneficiem a comunidade de um modo geral; não se pode virar o rosto para essas entidades, que muitas vezes, são as únicas instituições que conhecem verdadeiramente os problemas de sua localidade", termina Marcelo Francisco.
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| O incentivo a leitura e a escrita é base fundamental dos projetos da ACSB. |
Quando se abre um edital de alguma empresa, a corrida é desesperadora. Muitas empresas enviam páginas e páginas do edital para que sejam preenchidas com o projeto da instituição. Muitos editais são como se fosse um concurso, onde as palavras e frases mais bonitas podem ser selecionadas, e não pelo projeto em si. A probabilidade de uma associação comunitária ser selecionada pela Petrobrás, por exemplo, é mínima. As grandes instituições sociais do sul do país têm consultores e uma equipe preparada para confeccionar seus projetos. Já as instituições sociais do Nordeste ficam a ver navios quando se trata deste assunto.
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